segunda-feira, 23 de julho de 2012

Breve lusitana


Que lua clara no céu de inverno em despedida! O ar carrega a umidade do rio imenso e ameniza o frio. É quase primavera e ela se sente em sintonia com o ciclo da terra – tão mulher – e assim ela também prestes a florescer. Andando sobre os ladrilhos antigos, pelo menos os enxerga antigos e docemente familiares, ela segue rumo ao Tejo guiada pela luz branca do luar. 
Quantos séculos precisaram passar para que ela pudesse entender aquele passado decorado de bê-a-bá? Se sua história fora construída com o açoite e a larapia, descobrira então que algo restava de terno. Não havia conflito, só comunhão. Porque são acolhedores os cheiros, os sabores, e os nomes duplicados ali se tornavam um.

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